Conselheiro de Segurança dos EUA sob pressão para se demitir após fuga de informação sobre planos militares
O Conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Michael Waltz, está a enfrentar forte pressão para deixar o cargo após partilhar, inadvertidamente, informações confidenciais sobre operações militares com um jornalista. O caso gerou uma onda de críticas e apelos a uma investigação urgente por parte dos democratas no Congresso.
Jandira Fernandes
3/26/20252 min read
Erro expõe segredos militares a jornalista
O incidente aconteceu quando Waltz adicionou acidentalmente Jeffrey Goldberg, editor-chefe da revista The Atlantic, a um grupo de mensagens onde altos responsáveis do governo de Donald Trump discutiam detalhes estratégicos de ataques contra os Houthis, no Iémen. O erro permitiu que Goldberg tivesse acesso a informações classificadas, colocando em causa a segurança nacional.
A revelação da fuga de informação, feita na segunda-feira (24), causou grande polémica. Em resposta, Trump minimizou o caso, classificando-o como um erro isolado e garantindo que não houve consequências graves. "Foi a única falha em dois meses, e acabou por não ser uma falha séria", afirmou o presidente à NBC News.
Reações no Congresso e apelos a investigação
Os democratas exigiram uma investigação célere e rigorosa para apurar a gravidade da situação. O líder da minoria na Câmara dos Representantes, Hakeem Jeffries, instou os republicanos a unirem esforços para esclarecer o caso: "Se levam a segurança nacional a sério, devem juntar-se a nós nesta investigação".
Entretanto, senadores norte-americanos iniciaram uma série de questionamentos aos principais responsáveis dos serviços de inteligência de Trump, tentando obter mais esclarecimentos sobre a forma como informações militares altamente sigilosas foram expostas.
Quem fazia parte do grupo de mensagens?
O grupo de conversação contava com 18 membros, incluindo altos responsáveis da administração Trump. Entre eles estavam:
JD Vance, vice-presidente dos EUA;
Marco Rubio, Secretário de Estado;
Tulsi Gabbard, Diretora de Inteligência Nacional;
Scott Bessent, Secretário do Tesouro;
Pete Hegseth, Secretário de Defesa;
John Ratcliffe, Diretor da CIA;
Stephen Miller, Conselheiro de Segurança Interna;
Joe Kent, nomeado por Trump para liderar o Centro Nacional de Contraterrorismo.
A presença do jornalista num grupo com estas figuras de alto escalão causou grande preocupação, uma vez que a administração norte-americana partilhou estratégias militares sensíveis sem garantir a segurança dos participantes.
Consequências e próximos passos
Apesar das tentativas de Trump para desvalorizar o caso, a pressão sobre Waltz continua a aumentar. A possibilidade de a fuga de informação comprometer futuras operações militares levou a um debate mais amplo sobre a segurança dos sistemas de comunicação interna do governo.
A investigação poderá determinar se houve negligência grave e se medidas disciplinares serão aplicadas, incluindo a possível demissão de Waltz. Para já, o incidente lança uma sombra sobre a administração Trump e a sua gestão da segurança nacional.
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