Donald Trump endurece tom contra Putin e ameaça sanções ao petróleo russo
Numa reviravolta inesperada na sua abordagem diplomática, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou-se "extremamente descontente" com Vladimir Putin, sinalizando um endurecimento na sua posição face ao conflito na Ucrânia
Jandira Fernandes
3/30/20252 min read


O líder dos Estados Unidos adotou uma nova estratégia nas negociações para encerrar a guerra na Ucrânia, elevando o tom contra Putin com ameaças diretas.
Numa reviravolta inesperada na sua abordagem diplomática, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou-se "extremamente descontente" com Vladimir Putin, sinalizando um endurecimento na sua posição face ao conflito na Ucrânia. Até agora, Trump vinha criticando a liderança de Volodymyr Zelensky, mas a sua recente mudança de tom indica uma estratégia mais agressiva para pressionar Moscovo.
Em entrevista à NBC News no último domingo, Trump afirmou que, caso considere a Rússia responsável pelo prolongamento da guerra na Ucrânia, avançará com tarifas pesadas sobre a exportação de petróleo russo. "Se eu chegar à conclusão de que a culpa é da Rússia – e pode ser que não seja – aplicarei tarifas sobre todo o petróleo que sair daquele país", advertiu. O líder norte-americano também alertou que qualquer nação que continue a comprar petróleo russo enfrentará restrições comerciais severas nos Estados Unidos, incluindo uma taxa mínima de 25% sobre as importações.
A posição firme de Trump surge num momento em que Putin propôs a formação de um governo de transição na Ucrânia, o que, na prática, afastaria Zelensky do poder. Essa sugestão, divulgada pela agência France-Presse, reforça a instabilidade política na região e aumenta a incerteza quanto ao futuro do conflito.
Trump havia prometido encerrar a guerra assim que assumisse o cargo, mas apesar das diversas tentativas de mediação, os combates continuam. Na semana passada, um acordo entre Rússia e Ucrânia garantiu um cessar-fogo temporário para permitir a navegação segura no Mar Negro, mas ainda há receios sobre a sua durabilidade. Segundo o presidente norte-americano, novas conversações com Putin estão previstas para os próximos dias.
Apesar da escalada verbal contra o Kremlin, Trump não poupou críticas a Zelensky, chegando a referir-se a ele como um "ditador" em declarações anteriores. Além disso, ameaçou a Ucrânia com represálias caso não aceite um acordo de exploração conjunta dos seus recursos naturais, que concederia aos Estados Unidos 50% dos lucros e o controlo sobre ativos estratégicos do país.
A postura mais dura de Trump demonstra uma tentativa de forçar ambas as partes a um compromisso, enquanto usa sanções e incentivos económicos como principais ferramentas de pressão. Resta saber se essa nova abordagem será suficiente para mudar o curso da guerra ou se resultará em um novo impasse geopolítico.