Douglas Murray confronta Joe Rogan: “Nem sempre é só fazer perguntas
Durante uma conversa intensa e reveladora no The Joe Rogan Experience, o renomado autor e colunista Douglas Murray lançou críticas diretas ao anfitrião Joe Rogan, desafiando o estilo do podcast mais popular do mundo e a responsabilidade que o acompanha.
Jandira Fernandes
4/11/20251 min read
Murray apontou o dedo à prática recorrente de Rogan trazer convidados que, embora cativem milhões, frequentemente abordam temas sensíveis — como guerras, geopolítica e história — sem qualquer formação ou experiência sólida.
“Há um momento em que ‘estou apenas a levantar questões’ deixa de ser inocente”, afirmou Murray. “Não estás a questionar — estás a influenciar opiniões.”
A crítica de Murray vai além do formato do podcast: ela atinge um fenómeno crescente na era digital — a proliferação de “especialistas” que, com grande alcance, espalham ideias sem base factual, disfarçadas de curiosidade inocente.
Podcasts: liberdade ou palco para desinformação?
Rogan, conhecido por encorajar debates abertos e por receber uma enorme variedade de convidados, foi desafiado por Murray a refletir sobre o poder da sua plataforma. A crítica não foi apenas a Rogan, mas à cultura moderna onde comediantes, influencers e artistas mergulham em análises políticas profundas sem estarem devidamente preparados.
Plataformas com alcance global devem elevar vozes informadas — não apenas amplificar quem fala mais alto”, reforçou Murray.
Curiosidade ou irresponsabilidade?
A conversa, embora cordial, expôs uma tensão crescente no universo dos podcasts: até onde vai a liberdade de expressão quando o público confunde perguntas com verdades? Murray argumenta que há uma linha tênue entre investigação genuína e especulação perigosa — e que cruzá-la pode gerar impactos reais na perceção pública.
Com o poder de moldar narrativas e influenciar massas, Rogan e outros gigantes do podcast são agora desafiados a refletir sobre o seu papel na era da desinformação. Este episódio provocador levanta uma questão central: estamos realmente a ouvir especialistas, ou apenas vozes bem posicionadas?