Kiev e Moscovo chegam a acordo para cessar-fogo no Mar Negro

Os Estados Unidos anunciaram na terça-feira que a Ucrânia e a Rússia chegaram a um entendimento para implementar um cessar-fogo no Mar Negro. De acordo com a Casa Branca, o acordo tem como objetivo assegurar a segurança da navegação, evitar o uso da força e impedir a utilização de embarcações comerciais para fins militares.

Jandira Fernandes

3/26/20251 min read

Além da proteção da navegação, o acordo também prevê a interrupção de ataques a infraestruturas energéticas em ambos os países.

Negociações resultam em acordo temporário

O compromisso foi alcançado em negociações separadas entre as delegações ucraniana e russa, realizadas na Arábia Saudita. O Kremlin esclareceu posteriormente que, do lado russo, a suspensão das hostilidades será válida por um período de 30 dias, com início a 18 de março.

Impacto nas sanções e reações ao acordo

Como parte do compromisso, a administração Trump comprometeu-se a apoiar a reintegração dos produtos agrícolas e fertilizantes russos no mercado global. Esse apoio pode incluir o alívio de restrições e sanções, conforme solicitado pela Rússia.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, lamentou essa possibilidade, afirmando que não fazia parte da agenda da Ucrânia e que foi uma proposta dos EUA durante as negociações em Riade.A Casa Branca assegurou que continuará a mediar conversações para promover uma paz duradoura entre as partes envolvidas.

Divergências na implementação da trégua

Kiev e Moscovo concordaram com a implementação do cessar-fogo, mas com prazos distintos. O presidente ucraniano anunciou que a trégua entrou em vigor imediatamente esta terça-feira, abrangendo tanto o Mar Negro como as infraestruturas energéticas.

Zelensky elogiou os progressos alcançados, mas garantiu que, caso a Rússia viole o acordo, a Ucrânia pedirá novas sanções contra Moscovo e um reforço de armamento por parte dos EUA.

Entretanto, Kiev solicitou esclarecimentos adicionais sobre os detalhes do acordo, enquanto os três países concordaram em permitir a participação de nações "terceiras" na supervisão da implementação do cessar-fogo.