STF inicia julgamento de Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe

O Supremo Tribunal Federal (STF) inicia o julgamento que pode transformar o ex-presidente Jair Bolsonaro e sete aliados em réus por tentativa de golpe após as eleições de 2022. A expectativa é de uma decisão unânime pela abertura da ação penal. O caso envolve acusações de organização criminosa armada, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito e danos ao patrimônio público

Jandira Fernandes

3/24/20251 min read

STF foi reforçada diante da possibilidade de manifestações

O Supremo Tribunal Federal (STF) inicia hoje o julgamento que decidirá se o ex-presidente Jair Bolsonaro e sete aliados se tornarão réus por tentativa de golpe de Estado após a eleição de 2022. A expectativa entre aliados do ex-presidente é de uma decisão unânime da Primeira Turma do STF, com um placar de 5 a 0 para a abertura da ação penal. Os crimes em análise incluem organização criminosa armada, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito e danos ao patrimônio público.

O julgamento será conduzido pelos ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. A defesa de Bolsonaro tentou, sem sucesso, afastar Dino e Zanin, alegando suspeição. Além de Bolsonaro, figuram entre os acusados ex-ministros e oficiais de alta patente, como Walter Braga Netto, Anderson Torres, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira, Almir Garnier, Alexandre Ramagem e Mauro Cid.

A sessão será transmitida ao vivo pela TV Justiça, e o procurador-geral da República, Paulo Gonet, fará a sustentação oral, o que reforça a importância do caso. Aliados de Bolsonaro temem que expressões usadas pelos ministros, como "golpe" e "depredação", possam ser amplamente repercutidas nas redes sociais. Para reagir, preparam estratégias para contestar trechos do julgamento e fortalecer a presença digital do ex-presidente.

Diante da possibilidade de manifestações, a segurança do STF foi reforçada, incluindo policiamento extra e medidas contra ciberataques. O julgamento segue um rito específico, iniciando-se com a leitura do relatório por Moraes, seguida das falas do procurador-geral e das defesas. Na sequência, os ministros decidirão se aceitam a denúncia e transformam os acusados em réus.