Xi Jinping responde com força: China não teme Trump nem a guerra comercial
A guerra comercial entre os Estados Unidos e a China voltou a escalar — e desta vez, com força total. Depois da Administração Trump ter decretado tarifas brutais de 145% sobre produtos chineses, Pequim não hesitou em retaliar, impondo um aumento de 125% nas taxas para mercadorias norte-americanas.
Jandira Fernandes
4/11/20252 min read
Pequim aumenta tarifas e desafia Washington enquanto apela à Europa por união
Num discurso firme e carregado de simbolismo, Xi Jinping garantiu que a China “não teme” qualquer repressão externa. Ao lado do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, o líder chinês aproveitou para apelar à União Europeia: “É hora de se manter unida e integrar uma resistência conjunta”.
“Numa guerra comercial, ninguém ganha. Ir contra o mundo é escolher o isolamento”, afirmou Xi, durante uma conferência de imprensa em Pequim.
🇨🇳 Uma China autossuficiente, pronta para o confronto
Xi fez questão de sublinhar que o progresso do seu país nunca dependeu de “esmolas alheias”, mas sim de trabalho árduo e autossuficiência. A mensagem foi clara: a China está preparada para resistir, independentemente da pressão externa.
“Seja qual for o ambiente, a China manter-se-á firme, focada e cuidará dos seus próprios assuntos”, declarou.
Apelo à Europa: resistir ao unilateralismo
O presidente chinês também reforçou a importância de uma cooperação internacional sólida para enfrentar medidas unilaterais. “A China e a Europa devem defender a globalização, o comércio justo e resistir à coerção”, disse.
Este apelo surge num momento em que os laços entre Pequim e Bruxelas foram postos à prova, sobretudo pela aliança tácita entre China e Rússia durante a guerra na Ucrânia. Ainda assim, o regresso de Trump à linha da frente política pode mudar o tabuleiro geopolítico, aproximando a Europa da China por necessidade estratégica.
🇪🇸 Espanha assume papel diplomático
Pedro Sánchez, numa visita oficial a Pequim, reconheceu o défice comercial entre a Europa e a China, mas defendeu que as relações não devem ser reféns de tensões comerciais. “Espanha é profundamente pró-europeia e vê a China como um parceiro estratégico”, frisou.
“Vamos trabalhar para que o diálogo e a reciprocidade definam a relação China-UE”, acrescentou o primeiro-ministro espanhol.
Trump insiste, mercados tremem
Enquanto isso, Donald Trump mantém o rumo, alegando que as tarifas são uma forma de “recuperar a produção industrial americana”. Já o presidente francês, Emmanuel Macron, alertou que qualquer recuo por parte de Washington “é uma pausa frágil” — e que a Europa deve estar pronta para agir com firmeza.
A resposta chinesa abalou os mercados, que já estavam instáveis com a retórica agressiva da Casa Branca. Para investidores globais, a escalada tarifária é uma ameaça real ao crescimento económico mundial.
Estamos a assistir a uma nova era nas relações globais
Com tarifas históricas, alianças tensas e discursos cada vez mais duros, o mundo entra numa nova fase de incerteza. A pergunta que paira no ar: quem vai ceder primeiro — e a que custo?